a filha de D. João IV, D. Catarina
de Bragança, casou com o rei Carlos II, de Inglaterra e levou para aquele reino
o hábito de tomar chá?
quarta-feira, 10 de junho de 2015
O domínio
filipino e os levantamentos populares
D. Filipe
II de Espanha acaba por ser aclamado rei de Portugal (como Filipe I) nas
Cortes de Tomar em 1581.
D. Filipe I de Portugal fez várias
promessas:-
manter a moeda, a língua e os costumes portugueses;
- entregar a portugueses todos os cargos de governo e administração de Portugal;
- o comércio da Índia, da África e do Brasil continuar a ser feito por portugueses.
Os reis que se seguiram: D. Filipe
II e D. Filipe III de Portugal, não cumpriram estas promessas. Aumentaram os
impostos, os portugueses eram obrigados a combater nos exércitos espanhóis, os
cargos importantes eram dados a espanhóis, os nossos territórios em África,
Ásia e América eram atacados e ocupados pelos inimigos de Espanha (Inglaterra,
Holanda, França).
Aumentou, assim, o descontentamento
entre os portugueses.
Surgiram algumas revoltas populares
pelo País, mas foi em Lisboa, a 1 de dezembro de 1640, que alguns nobres
e o duque de Bragança, D. João, descendente de D. Catarina, fizeram uma revolta
bem-sucedida.
D. João (IV) é aclamado rei de Portugal passados quinze dias, pelas
Cortes de Lisboa.
Depois de 60 anos de domínio espanhol, foi restaurada a
independência em Portugal!
Sabias que…
dos cerca de 150 homens que embarcaram com Pedro Álvares
Cabral morreram perto de 100, vítimas de acidentes e doenças principalmente de
escorbuto provocado pela falta de vitamina C?
A comida esgotava-se rapidamente. O
que existia mais era pão, biscoitos, vinho e por vezes peixe e carne salgada.
Para garantir que houvesse algo fresco, eram levados a bordo alguns animais
vivos, geralmente galinhas.
domingo, 19 de abril de 2015
Mosteiro de Santa Maria da Vitória
Para comemorar a vitória sobre os
castelhanos em Aljubarrota, D. João manda erguer o Mosteiro de Santa Maria
da Vitória – mais conhecido pelo nome de Mosteiro da Batalha.
Este edifício foi construído segundo o estilo da época, o estilo gótico. Era um edifício alto, de paredes finas e janelas
largas e o interior tinha muita luz. Tinha muita decoração – rendilhados,
pináculos, esculturas nos portais e vitrais nas janelas.
A Batalha de
Aljubarrota
O rei castelhano não gostou da decisão
das Cortes de Coimbra e invadiu Portugal pela 2ª vez. O exército castelhano
ultrapassava os 30 000 homens. O exército português, comandado por D. Nuno
Álvares Pereira, nomeado “O
Condestável do Reino” por D. João, era composto apenas por cerca de 8 000
homens.
A célebre batalha de Aljubarrota
ocorreu em 14 de agosto de 1385 e o exército castelhano saiu totalmente
derrotado. D. Nuno Álvares
Pereira travou a carga da
cavalaria inimiga com as “covas de lobo”, elemento da tática do quadrado com que derrotou o poderoso exército.
Disposição das tropas portuguesas na batalha de
Aljubarrota. Nesta batalha foi utilizada a tática do quadrado.
sábado, 18 de abril de 2015
As Cortes de Coimbra
Para decidir quem iria suceder a D. Fernando reuniram-se as Cortes na
cidade de Coimbra, em 6 de abril de 1385.
Os principais pretendentes ao trono eram D. João, Mestre de Avis e D. Beatriz, mas ainda tinham que contar
com os filhos de D. Pedro e de Inês de Castro.
O Dr. João das Regras
(advogado) demonstrou, nas Cortes de
Coimbra, que o pretendente com direito ao trono era D. João, Mestre de
Avis. Assim sendo D. João I foi
aclamado rei de Portugal.
Cortes de Coimbra. Dr. João das
Regras no uso da palavra, com o Mestre de Avis atrás de si.
O início da guerra com Castela
A primeira batalha deu-se a 6 abril
1384 – a Batalha de Atoleiros (Alentejo). O exército português comandado por D.
Nuno Álvares Pereira derrotou o exército castelhano.
Logo depois o rei de Castela invade
Portugal e cerca a cidade de
Lisboa, onde estava o Mestre de Avis, em 29 de maio de 1384. O cerco durou quatro meses e quando
os defensores da cidade estavam quase a render-se pela fome… acabaram por ser
salvos pela peste!... A doença atacou o exército castelhano que se viu obrigado
a levantar o cerco.
A batalha seguinte foi a Batalha de
Trancoso em 6 de janeiro de 1385.
Cerco de Lisboa, ilustração francesa de final do séc. XIV.
A morte de D. Fernando e o problema da sucessão
O rei D. Fernando tinha uma única filha, D. Beatriz, que se
casou com D. João I, rei de Castela. Para garantir a independência de Portugal
o rei D. Fernando no Tratado de Salvaterra de Magos (1383) estabeleceu que até
o filho de D. Beatriz ter catorze anos, seria regente D. Leonor Teles. No
entanto, D. Fernando morre nesse mesmo ano do Tratado. D. Leonor Teles, por
influência do seu conselheiro galego, o conde João Fernandes Andeiro, mandou
aclamar D. Beatriz como rainha de Portugal.
O rei D. Fernando.
A sociedade portuguesa tinha opiniões diferentes em relação
à questão da sucessão ao trono e, por isso, dividiu-se.
A maior parte da Nobreza e Clero aceitou D. Beatriz como rainha (não queriam perder os privilégios
que tinham), mas o Povo,
a Burguesia e um
pequeno número de elementos da Nobreza e do Clero revoltaram-se pois não queriam perder a independência.
A burguesia, chefiada por Álvaro Pais, e tendo do seu lado o povo de
Lisboa, prepara então uma conspiração para matar o Conde Andeiro e escolhe D.
João, Mestre de Avis, para executar essa tarefa. O Mestre de Avis conseguia facilmente entrar no
Paço da Rainha pois era filho (ilegítimo) do rei D. Pedro (sendo portanto meio-irmão de D.
Fernando).
O Mestre de Avis matou o conde e D. Leonor fugiu para Santarém e pediu ajuda ao genro.
A morte do conde Andeiro, quadro de
A. J. S. Azevedo, Museu Nacional Soares dos Reis, Porto.
O Povo aclamou então o Mestre de Avis como “Regedor e
Defensor do Reino” e a Burguesia apoiou o Mestre com dinheiro.
A Crise no Séc. XIV
Foi um século difícil. Um período
de crise a todos os níveis. O clima era instável: períodos de chuvas
contínuas. Os maus anos agrícolas causaram falta de cereais, fome e morte. Também a falta de higiene
provocava: graves doenças contagiosas – epidemias e pestes.
A Peste Negra
chegou a Portugal em 1348. Em menos de 3 meses matou cerca de um terço da
população. Nas cidades: não existiam esgotos nem água canalizada. As ruas
tinham muito lixo. Havia pragas de ratos, piolhos e mosquitos.
os campos estavam abandonados e as
vilas despovoadas,
existia grande falta de mão-de-obra, os impostos e rendas eram muito altos.
Para tentar resolver a
grave crise que se sentia na agricultura, o rei D. Fernando promulga a Lei
das Sesmarias, em 1375. Esta lei pretendia aumentar a produção e a
mão-de-obra nos campos.
A Peste Negra espalhou-se
pela Europa e matou entre metade a 2/3 da população.
Retrato do
físico (médico). Vestia um fato especial para tratar de pessoas com peste. Na
cabeça usava uma espécie de máscara com um bico comprido onde colocava ervas
aromáticas. Deste modo pensavam não ser contagiados pelo ar.
A vida na Corte
No século XIII o rei
não tinha uma residência fixa e deslocava-se pelo país com a sua corte (ou seja,
as pessoas que viviam com o rei - família, alguns nobres, conselheiros,
funcionários,…). O rei procurava deste modo estar mais perto das populações e
ouvir os seus problemas.
O rei era a autoridade
máxima do país. Tinha como funções decretar a guerra, comandar o exército,
fazer as leis, ordenar a cobrança de impostos, aplicar a justiça suprema e
mandar cunhar a moeda. No entanto, o rei podia consultar as Cortes (assembleias
onde participavam os representantes do clero e da nobreza). A partir de 1254, no
reinado de D. Afonso III, estas reuniões passaram a contar com a participação
dos representantes do povo.
A ação do rei D. Dinis
foi muito importante para o país. Era um rei culto e inteligente e tomou uma
série de medidas essenciais para o desenvolvimento económico e cultural do
país.
O rei D.
Dinis.
No seu reinado, o
português torna-se a língua oficial, passando os documentos a ser escritos em
português; criou-se a primeira universidade em Lisboa e desenvolveram-se a agricultura,
a pesca e o comércio.
A vida quotidiana nos concelhos
No século XIII muitas povoações passaram a concelhos pois
receberam carta de foral. Nestes concelhos, todos os habitantes eram
livres e gozavam de uma certa autonomia. Alguns concelhos também tinham feiras
que enriqueceram alguns mercadores e artesãos que viviam nas cidades e que
dariam origem a um grupo social mais rico e culto chamado Burguesia.
Carta de Foral de Leiria
A carta de Foral era concedida pelo
rei. Neste documento estavam estabelecidos os direitos e os deveres dos
moradores do concelho (os vizinhos).
Existiam concelhos
rurais e concelhos urbanos. Os
habitantes dos concelhos rurais dedicavam-se à agricultura e à pastorícia. Nos
concelhos que se situavam no litoral, a pesca era muitas vezes a principal
atividade dos habitantes.
Nos concelhos urbanos, os habitantes dedicavam-se ao
comércio e ao artesanato.
Nos concelhos a
administração e aplicação da justiça era entregue aos homens-bons.
Domus Municipalis de Bragança – local onde se reunia a assembleia de homens-bons. Esta
assembleia tratava de todos os problemas do concelho.
Pelourinho de Penedono. O pelourinho era o símbolo da
autonomia dos concelhos. Situado
normalmente no centro da povoação, era no pelourinho que eram castigados os que
não cumpriam as leis.
A vida quotidiana nos mosteiros
No século XIII, o Clero ocupava
uma posição social de grande importância. Recebia
grandes doações e privilégios de reis e particulares.
O Clero
dividia-se em dois grupos: o Clero
Secular (padres e bispos) que
vivia junto da população, nas aldeias ou cidades; e o Clero Regular (frades ou monges e freiras) que vivia
nos mosteiros ou conventos. Os que pertenciam ao Clero Regular deviam obedecer
a uma regra (conjunto de obrigações que estabeleciam os horários e as tarefas).
No mosteiro medieval vivia uma
comunidade de monges.
Principais Funções/Tarefas do Clero:
- a oração – Os monges
passavam a maior parte do dia na igreja a rezar e a meditar.
- o ensino - O Clero foi, durante
muito tempo, o único grupo social que sabia ler e escrever. Além do ensino, os
monges também se dedicavam à cópia dos livros mais importantes.
Monge a
ensinar e monge copista (copiava os livros)
- a assistência aos doentes e pobres - Nos mosteiros existiam
enfermarias onde se tratavam os doentes. Havia farmácias (boticas) com remédios
feitos a partir das raízes e folhas de certas plantas – funcho, arruda,
loureiro, hipericão, etc.
Os monges
utilizavam muito a arnica. Esta planta era utilizada como pomada para aplicar nos
hematomas.
segunda-feira, 9 de março de 2015
Respostas
Para os que ainda não acabaram a correção… aqui vão as
respostas:
20 – O Clero e a Nobreza tinham muitos privilégios.
Possuíam muitas terras, ocupavam cargos muito importantes, aplicavam a justiça
e não pagavam impostos.
Funções do Clero: a oração, o ensino, a
cópia de livros e a assistência aos pobres e doentes.
Funções da Nobreza: dedicava-se à guerra e à administração do reino.
21 – O Clero secular vivia junto da população, nas cidades,
vilas e aldeias, enquanto o Clero regular vivia nos conventos ou mosteiros.
22 – O Povo.
23 – Dedicava-se à agricultura, criação de gado, pesca,
salicultura, artesanato e comércio.
24 – Senhorio era uma grande propriedade de um senhor da
Nobreza ou Clero.
25 – Os camponeses faziam diversos trabalhos ligados
à agricultura e pecuária. Eram obrigados a pagar rendas e a prestar serviços.
sexta-feira, 6 de março de 2015
Os
domínios senhoriais
A nobreza e, também, o clero tinham
grandes propriedades ou senhorios.
O senhorio era formado pela reserva e por casais ou vilares (terras
arrendadas a camponeses que tinham de pagar uma renda e prestar serviços).
Um senhorio ou terra senhorial
Nos
senhorios, os nobres moravam em casas acasteladas. O mobiliário era escasso – mesas, bancos, camas e arcas
onde guardavam as roupas. Colocavam-se tapetes e almofadas no chão e tapeçarias
nas paredes para tornar as casas mais confortáveis. Utilizavam-se lamparinas de azeite
ou tochas e velas de cera e sebo para iluminar.
Nas suas residências, os nobres
organizavam festas e banquetes.
Os nobres dentro do seu senhorio podiam aplicar a justiça e
recebiam os impostos dos camponeses. A sua única obrigação era proteger as
pessoas que habitavam no seu senhorio.
A
Sociedade Medieval Portuguesa
A sociedade medieval encontrava-se dividida em três ordens ou grupos sociais:
- clero (“os que rezam”)
- nobreza (“os que combatem”)
- povo (“os que trabalham”)
Membros do Clero
Membros da Nobreza
Membros do Povo
Os dois grupos – nobreza
e clero - tinham poder e riqueza.
A nobreza
era um grupo social muito poderoso. Ocupava-se, principalmente, na guerra e na
administração do território. Enriqueceu à custa dos saques após as batalhas
vitoriosas e das doações dos reis, em bens e em títulos, como pagamento dos
serviços.
O clero
era outro grupo social muito importante e prestigiado. Dedicava-se,
sobretudo, a funções religiosas (oração) e ao ensino. Prestava também
assistência aos doentes e pobres. Recebia grandes doações e privilégios de reis
e particulares.
O povo
constituía o grupo dos não privilegiados, mantendo uma dependência face aos
grupos privilegiados e quase só tinha obrigações.
Era o grupo social mais numeroso e era
constituído por camponeses, artesãos, mercadores e marinheiros entre outros.
Viviam com muitas dificuldades. Pagavam impostos ao Clero,
à Nobreza e ao Rei.
Assim, era o Povo que sustentava toda a sociedade.
quarta-feira, 4 de março de 2015
A população e as atividades económicas
A população
No
século XIII, a população portuguesa era cerca de um milhão de habitantes, que
se concentrava mais no litoral norte.
O aumento da população fez com que se construíssem novas muralhas para proteger todos os moradores das cidades.
As atividades
económicas
É a partir
dos recursos naturais de cada região que se formam as várias atividades
económicas. Chama-se atividade económica
ao conjunto dos trabalhos realizados pelo Homem a partir dos recursos
existentes, para utilizá-los na satisfação das suas necessidades.
A agricultura era a principal atividade
económica da população portuguesa na Idade Média, logo seguida da criação de gado.
A agricultura
era a principal atividade do povo.
A criação de
gado.
Na agricultura produzia-se: cereais –
cevada, centeio, trigo, aveia e milho-miúdo; vinho e azeite; legumes e frutos;
linho.
Na pecuária / criação de gado: Criavam-se:
ovelhas e cabras; patos e gansos; porcos, bois e cavalos; recolhiam-se: lenha e
madeira; cortiça; mel e cera.
Para aumentar a produção agrícola introduziram-se algumas
inovações europeias, como: a charrua; uma melhor adubação das terras.
A charrua - permitia
revolver melhor a terra, aumentando assim a produção.
A pesca e a salicultura (a extração de sal) eram,
também, atividades muito importantes.
Pesca
Salicultura
Além da agricultura e da pecuária, o artesanato era outra importante atividade económica.
Nos campos, os camponeses faziam os instrumentos que
necessitavam no seu dia-a-dia. Eram feitos à
mão ou com o auxílio de ferramentas muito simples. As matérias-primas eram por
exemplo: o barro, o vime, a cera, a pedra, a madeira, a cortiça, o linho, a lã
e as peles.
Nas cidades, havia já ofícios especializados, como ferreiros, tecelões e
carpinteiros.
Oficina de alfaiate.
Ferreiro
Tecelões
O desenvolvimento destas atividades aumentou as trocas
comerciais (o comércio). Os produtos
eram levados de terra em terra por pequenos mercadores – os almocreves.
Almocreve - pequeno comerciante que
transportava de terra em terra e de feira em feira as suas mercadorias.
No entanto, também havia lugares fixos de comércio: os mercados (de menor dimensão) e as feiras.
As feiras realizavam-se
periodicamente (semanais, mensais ou anuais). Aí ocorriam os camponeses e os
almocreves.
O rei recebia os impostos pagos
pelos vendedores e compradores. Os reis também criaram algumas feiras francas – feiras livres de
impostos.
A criação de feiras contribuiu
para o desenvolvimento do comércio interno, isto é, o comércio realizado
dentro do País. No entanto, por esta altura, os portugueses também comerciavam
com outros países – comércio externo.
Feira medieval.
Exportações: o que se vendia
para o estrangeiro (sal e peixe seco, vinho, azeite e fruta, cera e mel,
peles);
Importações: o que se comprava ao estrangeiro (cereais,
tecidos, especiarias, metais, armas e objetos de adorno)
Para proteger o comércio marítimo, o rei D. Dinis criou a Bolsa
dos Mercadores (uma espécie de “seguro” que pagava aos mercadores os
prejuízos de naufrágio ou ataques de navios-piratas).
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